Decomposição – Mostra de compositores emergentes – 2022
3 Novembro de 2022, 21h | Centro Cultural Olga Cadaval – Auditório Acácio Barreiros, Sintra
Decomposição – Mostra de Compositores Emergentes, está inserida no projecto de dinamização cultural Claraboia, e pretende promover o trabalho de músicos e compositores emergentes de Sintra e concelhos vizinhos, e estabelecer uma maior proximidade entre os seus munícipes e o panorama musical contemporâneo.
A Claraboia é uma iniciativa conjunta de duas associações, a Associação Cultural Juvenil - Apertum Ars e a Associação Cultural Juvenil – Dínamo. Tem como objectivos fundamentais a criação de uma programação cultural juvenil consistente ao longo do ano no Concelho de Sintra, programada, organizada e constituída por jovens entre os 16 e os 30 anos, que promova o trabalho de artistas emergentes e a criação de novos públicos.
A ideia para a “Decomposição” nasceu de uma necessidade de responder à lacuna de oferta cultural no Concelho, sentida pelos promotores, na área da composição de música contemporânea, e de captar novos públicos, que não apenas o dos profissionais das artes musicais.
Arrancou com um Open Call em Agosto dirigida a artistas emergentes, e após o processo de selecção, foram cinco as peças vencedoras: “limen” (Rúben Borges - Solo), “7.7B1" (André Simões – Solo), “Quero ir” Ema Ferreira - Duo), "Mercutio" (Miguel Curado - Trio) e "PΛΘʹ " (Eduardo Marques – Quarteto).
Antes de cada actuação, os compositores irão partilhar com o público o conceito que originou a peça e o seu processo de criação. No fim, haverá lugar a uma conversa onde o público é convidado a lançar questões aos compositores, procurando desmistificar algumas ideias preconcebidas de sonoridades aleatórias, frias e descompassadas, normalmente associada à música contemporânea. “Decomposição” desafia ao diálogo e à reflexão sobre as novas estéticas artísticas contemporâneas emergentes, aproximando artistas e público.
Miguel Sobral Curado | Mercutio
Mercutio é um trio de percussão encomendado pelos MerakTrio para a prova final de música de câmara nível superior do PJM 2019.
Depois de Falstaff que deu corpo a um duo, Mercutio é agora a obra no seu seguimento. Personagem de Romeu e Julieta de Shakespeare, Mercutio é tempestuoso, temperamental e sexual. Um bon vivant com um fim repentino e prematuro
Miguel Sobral Curado, Lisboa, 1994, licenciado em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa. Completou o 8º grau de percussão na Orquestra Metropolitana. Em concerto já tocou ao lado dxs músicxs: Carlos Zíngaro, Miguel Mira, Paulo Curado, Rodrigo Amado, João Valinho, Hernani Faustino, Flak, Guilherme Aguiar, Maria do Mar, entre outros. Baterista na banda Patifes. Guitarrista no quarteto de Alice Ruiz. Baterista e percussionista na banda Orca. Compôs as seguintes obras musicais: "Falstaff" duo de percussão. “Mercutio” trio de percussão. "O Povo à Varanda" quarteto de cordas. “Ex-Centro” orquestra de sopros. “City racked” ensemble e electrónica. “Poslude In A Minor” sexteto de percussão encomenda da AMEC/Metropolitana. Fez um arranjo de “A Sagração da Primavera” de Stravinsky para orquestra de percussão encomenda da AMEC/Metropolitana. Participou como actor/performer/músico/compositor em várias peças de teatro/dança e performances passando pelos criadores: Jorge Silva Melo, Teresa Sobral, Tonan Quito, Rui Neto, Laura Póvoa, Rita Morais, Miguel Loureiro, Jean-Paul Bucchieri, Paula Pinto, Amélia Bentes e Teresa Vaz.
- Miguel Sobral Curado (composição)
- Madalena Rato (percussão)
- Paulo Amendoeira (percussão)
- Marco Aleixo (percussão)
Ema Ferreira | Quero ir
Quero ir é uma peça para soprano e electrónica fixa, que faz uso do poema homónimo da soprano Beatriz Ramos. Os sons de vozes faladas, cantadas e sussurradas presentes na electrónica provêm de gravações sobre o poema, realizadas com a Beatriz.
O uso destas gravações é algo crucial para o universo da peça, onde a electrónica e a cantora são ramificações uma da outra, tornando-se ambíguo qual delas é a origem, podendo-se assumir, consequentemente, que são um só
Ema Ferreira é uma compositora e artista multimédia portuguesa, natural da Covilhã. Tem especial interesse na música electroacústica e na relação entre imagem, som e interactividade no contexto áudio e audiovisual.
Entre 2021 e 2022 foi artista residente no projecto europeu IMPROVISA – Life in Motion e viu o seu projeto Quero ir - para voz e electrónica fixa, em colaboração com a soprano Beatriz Ramos – ser apresentado em vários programas, como por exemplo o Projeções 2022. Até à data as suas obras e projectos foram apresentados em Portugal, na Escócia, na Suécia, em França, no México e nos Estados Unidos da América.
Em 2021, licenciou-se em Música – Composição, pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) e durante o inverno de 2020/21 estudou Composição na Kungliga Musikhögskolan, em Estocolmo, ao abrigo do programa Erasmus. Actualmente frequenta, simultaneamente, o Mestrado em Composição na ESMAE e o Mestrado em Sistemas e Media Interactivos na Escola Superior de Media Artes e Design.
- Ema Ferreira (composição)
- Ema Ferreira (electrónica)
- Beatriz Ramos (voz)
Eduardo Marques | PΛΘʹ
Desde a preocupação de Debussy com as proporções aos cálculos complexos de Xenakis, os números podem ser uma mais valia para o compositor. Utilizando números com propriedades maravilhantes, transformo a minha ideia inicial, a de uma onda interminável e mecânica composta por um único gesto a ser constantemente transposto, numa peça.
Eduardo Manuel Bento Marques nasceu em Santarém, Portugal. Com 11 anos de idade, começou a aprender piano e trompa na escola de música da Sociedade Filarmónica de Instrução e Cultura Musical de Gançaria.
Em 2013, iniciou os seus estudos em piano no Conservatório de Santarém, durante um ano, tendo continuado a sua formação no Conservatório de Caldas da Rainha nos anos seguintes. Foi desde esses anos formativos que começou a compor e a fazer arranjos para piano, pequenos ensembles, e para a banda filarmónica, com o acompanhamento do maestro Samuel Pascoal e do professor Paulo Loureiro.
Ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa em 2017, onde estudou com professores como Luís Tinoco, Sérgio Azevedo, Carlos Caires, Jaime Reis e Carlos Marecos, e assistiu a palestras e masterclasses de compositores internacionais de renome, nomeadamente Benjamin Attahir, Kaija Saariaho e Thomas Adès. As suas peças foram tocadas em locais como o Teatro São Luís, Casa da Música e a Universidade de Aveiro.
Encontra-se desde 2021 a realizar o Mestrado em Ensino de Música nas áreas de composição e formação musical. É desde este ano professor de formação musical no Conservatório de Caldas da Rainha.
- Eduardo Marques (composição)
- Eduardo Marques (electrónica)
- Pedro Costa (piano)
- Pedro Massarrão (violoncelo)
- André Santos (clarinete-baixo)
Rúben Borges | limen
Limen é uma palavra proveniente do latim “limiar”. A ausência de Deus é uma das temáticas mais frequentes no cinema do realizador sueco Ingmar Bergman e inspirou esta obra. A rotina e a segmentação do tempo que vivenciamos no nosso dia-a-dia vem apenas reforçar este afastamento. Assim, esta obra pretende ser uma jornada no vazio, uma redescoberta do silêncio e um encontro com o Divino.
Rúben Borges (1994) é compositor, performer e artista multidisciplinar. Licenciou-se em Composição pela Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo (ESMAE) no Porto e Mestre em Composição Musical (cum laude) pelo Conservatório Real de Antuérpia. Atualmente frequenta o Mestrado Avançado em Música Contemporânea sob a orientação de membros pertencentes ao ICTUS ensemble e SPECTRA ensemble no Conservatório Real / Escola de Artes de Ghent. Colaborou com vários músicos do panorama nacional português e foi premiado nas 6ª e 7ª edições do “Prémio de Composição Século XXI”, organizado pela ARTEAM. Recentemente integrou a European Opera Academy no EOA Lab (2021) onde participou na criação de uma micro-ópera e na International Opera Creation, Improvisation, and Performance Incubator (2022) com masterclasses na Lituânia, que culminou na estreia de uma pequena ópera. Co-fundou a estrutura colaborativa BANQUETE, de investigação e criação multidisciplinar nas artes, da qual é investigador associado e criador. As recentes encomendas e colaborações incluem trabalhos para o Síntese - Grupo de Música Contemporânea, Hodiernus Ensemble, Duartes Vocal Ensemble, Arte no Tempo e os solistas Adam Starkie, Eva Boesch, Karin de Fleyt, Katie Porter, Keiko Murakami e Marc Tooten. Participou em masterclasses com Åke Parmerud, Francesco Filidei, Gilbert Nouno, Harrison Birtwistle, Jessie Marino e Patricia Alessandrini, entre outros. Através de métodos colaborativos não hierárquicos, ele desenvolve peças inter-artes que exploram as relações entre música e arte performativa desenvolvendo conceitos como corpo, espaço, imagem em movimento e som.
- Rúben Borges (composição)
- Frederic Cardoso (clarinete-baixo)
André Simões | 7.7B1
Uma enorme festa multicultural.
"André Simões (N. 1998), licenciado no curso de Composição da Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com os professores João Madureira, Sérgio Azevedo, Jaime Reis, Carlos Marecos, Carlos Caires, entre outros. Participou em Workshops e Palestras com John Chowning, Thomas Adès, Panayiotis Kokoras, Annette Vande Gorne, Åke Parmerud e Kaija Saariaho. Teve obras estreadas na Escola Superior de Música de Lisboa, Universidade de Évora, Universidade do Algarve, Festival DME (Lisboa Incomum), Festival Música Viva (O’culto da Ajuda), Culturgest, Sede da Orquestra de Câmara Portuguesa, entre outros.
Em 2019, foi selecionado para participar na “Zona Temporária” da Culturgest numa colaboração entre diversos ramos artísticos, criando a peça “Ultimamente” para dança, teatro e música. Foi selecionado para participar no projeto COMPOTA no ano de 2020, colaborando no espetáculo “1+1=1”, baseado na obra de Almada Negreiros. No mesmo ano, compôs a banda sonora para o filme “Rewind” de Vasco Horta, em colaboração com a escola Ar.Co.
Em 2022, compôs ambientes sonoros para “também É tEU”, peça de dança concebida por finalista da Escola Superior de Dança.
No ano de 2021, co-fundou a associação SYN-ARS com a compositora Marta Domingues. Atualmente, estuda Cinema (ramo de Som) na Escola Superior de Teatro e Cinema, onde já teve oportunidade de participar em inúmeros projetos cinematográficos, destacando-se enquanto Diretor de Som."
- André Simões (composição)
Ficha técnica e artística:
- Programação: Nuno d’Eça
- Direção Técnica: Rodrigo Domingos
- Equipa de Produção: Giulia Dal Piaz, Nuno Cintra, Nuno D’Eça, Rita Teixoeira e Rodrigo Domingos
- Comunicação: Giulia Dal Piaz, Joana Enes e José João Batista
- Assessoria de imprensa: Rita Piteira
- Design Gráfico: Ivânia Pessoa
- Cobertura: João Beijinho e Diana Matias
- Júri: Ana Roque, João Carlos Pinto e Samuel Gapp
- Compositores: André Simões, Eduardo Marques, Ema Ferreira, Miguel Sobral Curado e Rúben Borges
- Intérpretes: André Santos, André Simões, Beatriz Ramos, Eduardo Marques, Ema Ferreira, Frederic Cardoso, Madalena Rato, Marco Aleixo, Paulo Amendoeira, Pedro Costa e Pedro Massarrão
Parceiros Dínamo Associação de Dinamização Socio-cultural, Associação Apertum Ars
Apoio: Câmara Municipal de Sintra
Agradecimentos: Centro Cultural Olga Cadaval, Câmara Municipal de Sintra